quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

5 piores filmes da década

Finalmente, a pesquisa acabou.

Em 10 anos claro que vai haver filmes bons e filmes maus. No meio disso teremos filmes mesmo bons e...(acho que perceberam a ideia).

Quando fiz esta lista não tive em consideração filmes como este ou este aqui (se bem que recomendo o último...é genuinamente interessante de tão mau que é, nunca nos pára de surpreender). Embora esses filmes contenham um valor artístico muito próximo do zero absoluto, quando os vamos ver já estamos à espera de ver algo mau.

Não, esta lista numera aqueles filmes que esta década nos roubaram um bocadinho daquilo que há de humano em nós.

Apelo ao leitor grande compreensão nisto; claro que os filmes são geralmente mais próximos do fim da década, a poeira emocional ainda nem teve tempo de assentar.

Agarrem-se bem, que isto dói:
e, um aviso prévio: desculpem a linguagem, às vezes uma pessoa tem que se exaltar para não ficar com a raiva e os nervos contidos. E são filmes dolorosos.



Menção Honrosa - PAIXÃO DE CRISTO


O que é que o Mel Gibson queria provar com isto?
Gosto da injecção de credibilidade dada pela Monica Bellucci ser a mulher do filho de deus. Isso e o aramaico todo.

Mas, foda-se!

Antes de mais o anti-semitismo de Mel Gibson é nos dado com toda a subtileza de um elefante a andar de patins: 120 minutos de um judeu a levar na tromba.
E...é isso. Um judeu a levar na tromba durante 2 horas inteiras.

Depois há a questão de ele estar à espera que eu seja salvo se me acreditar no filme, o que é adequado visto que eu só queria ser salvo quando o via.
Se querem violência, façam-na perturbadora (como os orientais costumam exportar), ou deliciosamente hilariante (como os orientais costumam exportar).
Um filme religioso? Propaganda religiosa? Um filme com mensagem forte? Não, não e não. Um filme em que se desanca num gajo religioso, propaganda anti-semita e...a única mensagem do filme é a que recebi no telemóvel. Era um amigo meu a dizer-me que arranjou bilhete para a inauguração do euro 2004, mas não dava para eu ir (teve o que mereceu).
Nunca pensei que gore gratuito com a Monica Bellucci lá dentro pudesse ser tão aborrecido (sim, o Irreversível também é repugnante, mas ao menos não tenta enriquecer o Mel Gibson com subcontextozitos religiosos).


.5 SIMPSONS - THE MOVIE



Os Simpsons. A família não pre-histórica favorita dos americanos. Bons actores de voz, excelentes argumentistas (para quem não sabia, o Conan O'Brian escreveu alguns dos mais icónicos episódios), personagens para todos os gostos, crítica astuta e subtil...esta série tinha tudo.
Só que depois...bem...depois continuou.
De repente eles tentam esfregar a crítica na cara dos espectadores, personagens fogem daquilo que costumavam ser, as histórias não nos pregam tanto ao ecrã...ao ponto em que nos lembramos de que aquilo é uma história escrita, e depois desenhada e animada, e nos esquecemos de...esquecer isso tudo.
Para ser justo, isso só começou a acontecer ao fim de 9 ou 11 temporadas, o que é impressionante. E mesmo nos anos que se seguiram teve os seus momentos.
Mas chegou a um ponto em que se devia ter recorrido à eutanásia. E foi aí que fizeram o filme.

Um filme dos Simpsons. Uma frase curta, mas que até 21 de Julho de 2007 causaria calafrios em qualquer criança de 30 anos. Desde essa data, quando se fala em filme dos Simpsons, dizem-nos qualquer coisa como "pois é, chegou-se a fazer isso, não foi?". Logo aí justifica-se tudo. Um filme dos Simpsons tinha que nos por a não falar de mais nada. Tinha que por todas as frases daquele filme a serem reconhecidas sempre que eram citadas. Mas nem citadas são. Excepto o Spider Pig, que durante uns tempos as pessoas tentaram convencer-se a si mesmas de que tinha piada (se calhar sou eu que ainda não percebi, mas é suposto ter piada porque ele está a trocar "pig" por "man" enquanto caminha o pobre suíno pelo tecto...que é como o spider man anda? É que isso não tem piada!)

Personagens que são metidos apenas para não se poder dizer que foram excluídos (há uma parte em que o Apu, o Chief Wiggum e o Dr. Hibbert vão falar com o Mr. Burns, acompanhado pelo Smithers. PORQUÊ?). Apesar de ter uma ou outra boa piada, há pelo menos 30 ou 40 episódios de 20 minutos com mais e melhores piadas do que aquilo.
Eu nem sequer me lembro da história! Sei que o Homer fez merda com ecologia e que há uma bolha gigante no fim e ele, num misto entre determinação e ingenuidade acaba por salvar tudo.
Se ao menos o filme fosse um final para a série...nem isso.

Abreviando, desafio-vos a admitirem que gostariam minimamente daquele filme se não tivesse a marca "Simpsons" ali.


.4 TUDO DO TIM BURTON DEPOIS DO BIG FISH



Amostra A: Eduardo Mãos de Tesoura, Beetlejuice, Batman, Batman Returns, Mars Attacks.
Amostra B: Barbeiro de não sei quantas, Charlie and the cheap remake factory, Alice in Wonderland.

Um dos nossos realizadores favoritos.

Chegou ao fim do Big Fish...e não sei, acabou-se-lhe o talento. Ou a paciência. Ou nenhum deles, talvez ele tenha percebido que já tem obra feita e que agora pode fazer coisas "à pressa" que vão vender o mesmo, desde que tenha lá o Johnny Depp (e ainda lhes oferecem nomeações para os globos de ouro "à borla").

Charlie and the Chocolate Factory não passa de um remake desnecessário e preguiçoso.
Barbeiro das não sei quantas é demasiadamente inócuo para me lembrar dele.
Alice no País das Maravilhas teve, em minha opinião, um grande problema: eu fiquei a vê-lo até ao fim.
E, ao investigar para isto, lembrei-me que ele fez um filme de animação muito engraçado sobre como um realizador pode plagiar uma obra sua, desde que retire tudo o que fazia daquilo interessante, de forma a que não nos importemos com isso.

A mim parece-me que o Tim Burton pós-Big Fish serve para 2 coisas:
1- dar emprego à Helena Bonham Carter
2- para as pitas mais alternativas poderem sentir-se superiores às pitas que gostam de Twillight

Quanto ao segundo ponto; nunca vi, nem sei nada sobre o Twillight, excepto o que depreendi de umas imagenzitas satíricas que circulam na web. Mas, pelo que percebi, ao menos tem personagens.

.3 INDIANA JONES 4


A dor!
A agonia!

Foda-se, Lucas e Spielberg, fodam o Star Wars, a Guerra dos Mundos, façam borradas completas com o Tom Cruise acerca de como tentativa de homicídio é uma coisa futurista. Não me importo nada com isso.

MAS NÃO TOQUEM NO INDIANA JONES!

O filme não é mau...mas nem eu, nem ninguém recordamos o Indiana Jones com saudade por "não ser mau".

Aquilo precisava de ser vinte vezes melhor do que é.

Há que dizer que aquilo tem o seu valor. Tem boas piscadelas de olho aos fãs, como aquela parte final em que se pensa que o chapéu vai para o Mutt Williams, numa tentativa forçada de continuar o franchising através dele. Já estava tudo a mandar o Lucas pó caralho quando, no último minuto, o nosso herói lhe tira o chapéu e o empurra para o lado, como quem diz "só há um!".
Gosto de meterem Roswell e os testes nucleares ao barulho (apesar de não achar de todo que tenham sido metidos da melhor maneira).
Tem boas sequências de acção e temos aquele personagem que todos adoramos. É ele, não há que enganar.
Mas estamos demasiado preocupados com outras merdas para repararmos nisso.

A cena do frigorífico até teria piada, não fosse o facto daquilo não fazer nada pela história, e está ali metido...só para haver cena do frigorífico (???).
As cenas dos macacos, das formigas...tudo demasiado burlesco para o Indiana Jones.
Claro que há uma coisa que não é má, não é baseada em opinião pessoal, não é quantificável e/ou qualificável. É, sim, pura e simplesmente criminosa: CGI!

Efeitos especiais a computador. Jurem que não estão a gozar com a puta da minha cara!

Temos então em 1981, nos Salteadores da Arca Perdida, um macaco verdadeiro, real. Treinado para fazer as cenas dele. É difícil não simpatizarmos com o macaco, mesmo que depois percebamos que ele afinal trabalha para os maus.
Em 2008 temos macacos feitos a computador. E, se em 2008 olhamos para eles e em vez de pensarmos "aquilo é um macaco", pensamos "aquilo é um macaco feito a computador", imaginem em 2050. Vamos olhar para trás e ver que os efeitos especiais eram melhores nos tempos em que a obra era mais importante do que os lucros que os produtores obtinham dela.
O filme ia sempre ser um êxito de bilheteira, se fosse mesmo feito como os fãs queriam que fosse, de certeza que havia um boost de vendas de DVD, merchandising, etc.
E tivemos 20 anos à espera. Percam tempo e milhões de dólares a fazer uma nave a voar em Stop-Motion. Quero lá saber, esforcem-se! Explosões e coisas dessas, tá bem, podem ser feitas a computador, ficam realistas e isso. Mas quando não temos uma coisa em frente à câmara, nós notamos!
Transformaram o Indiana Jones 4 numa espécie de "The Simpsons Movie".

.2 AS SEQUELAS DO MATRIX (sem contar, claro, com Animatrix)



Em 1999 saiu o Matrix. E nós ficámos parvos. Uma história intrigante que cresce exponencialmente, cujos personagens, embora estereotipados, são relevantes e evoluem. Até aí tudo bem, nada de especial. Mas depois entram as cenas de acção.
Até as gajas ficavam de boca aberta.

Grandes coreografias, lutas, armas, efeitos especiais de ponta, timings acertados... Tudo no sítio.
E, claro, a cereja no topo do bolo.

Depois...bem, depois vieram as sequelas.

Não se pedia muito às sequelas. Bastava irem continuando a história e meterem mais cenas de acção.

O problema é que os irmão Watchowski tropeçaram tanto nas próprias premissas, que às vezes parecia que eles pensavam que os espectadores estivessem ligados a máquinas.

Sim, a cena no 2º filme que mete o Neo a lutar contra montes de Agent Smiths é porreira. E, é um facto inegável, o 2º filme também acaba com Rage Against the Machine (o 3º nem isso! e porquê? PORQUÊ?!).

Mas vejam as sequelas. Neo? Trinity? Morpheus? Agent Smith? Não são personagens, são apenas caras e nomes, para sabermos quem é quem. Eles andam dum lado para o outro, a fazer não se sabe bem o quê, à procura não se sabe bem de quê, para conseguir...qualquer coisa. E para isso falam com...não se sabe bem quem (embora o personagem do gajo que fala francês seja engraçado...talvez o único que se possa dizer que seja um personagem).
E no meio disso lutam com...<suspiro> RASTAS ALBINOS!

Quem, pergunto eu, QUEM é que está a escrever um argumento e, de repente decide que um par de rastas albinos gémeos vai ser o desafio de que o herói precisava?

As cenas de acção são uma seca descomunal. Demoram 15 minutos cada uma e nós não sabemos sequer o que está em causa. Nem o que eles ganham se ganharem a luta, nem o que eles perdem se perderem a luta. Isso juntando à falta de motivação e caracterização dos personagens, e não conseguimos sequer torcer por alguém, quanto mais prestar atenção.
Quando chega ao terceiro filme já se torna tudo ridículo. Milhões e milhões de máquinas voadoras contra centenas de gajos subnutridos que nem capacetes têm. Mas também, para quê capacetes, se as máquinas nem calhaus atiram? Os robôs ganhariam aquela guerra em 3 minutos com o armamento do exército português.

O enredo do primeiro, embora um entendido em filosofia contemporânea encontre buracos, tinha sempre um fundamento teórico, e um objectivo.
Nos outros, eles cagaram nisso tudo. E qual foi o método que encontraram para não ter que te contar uma história? Meter o gajo do KFC a falar com palavras caras e confusas.


                O truque é fazer um mundo simulado para que as galinhas pensem que estão a viver vidas normais

Quando o 2º filme acaba com a escolha que o Neo tem que fazer entre salvar a Trinity ou salvar Zion, apenas para o 3º filme começar com isso tudo a ser ignorado (não interessava a escolha que ele fazia), uma pessoa começa a desconfiar do arquitecto.
Fui investigar uns gajos que analisaram o que ele dizia, frase a frase...e não é que o argumento tem mais buracos do que um queijo suiço?
É como estares a fazer um filme, de repente reparas que o argumento é uma merda, e então metes a única parte que explica tudo a ser explicada por um fanhoso a falar em russo na esperança de que o público não repare.
E o Agent Smith? Não era parte integrante da Matrix? Então que faz ele agora separado de tudo e com personalidade própria? Pensava que segundo os padrões estabelecidos pelo filme isso era impossív...bah, é escusado estar a contemplar isso, visto que isso NUNCA é explicado.
E os diálogos desnecessariamente confusos e sem nexo do 2º filme são substituídos, no terceiro, por isto:
Neo - O que é que tenho que fazer?
Oráculo - Tu sabes o que tenho que fazer.
Neo - E onde tenho que ir?
Oráculo - Tu sabes onde tens que ir.
Neo - E ter com quem?
Oráculo - Tu sabes com quem tens que ir ter.
 (e assim sucessivamente).

Assim não só não nos explicam o que estão a passar e nos aborrecem, como nos dão um diálogo mesmo mau!
Obrigado por me terem feito ver estes filmes!


e o pior filme da década?




é fácil:



1. PREQUELAS STAR WARS
nota: o Episódio I: Phantom Menace não conta, visto que é dos anos 90.

1982 vs 2005


Lembram-se há 2 números atrás quando eu falava do Lucas?
Pois...

A primeira coisa destes 2 filmes que há a reter é que não têm absolutamente nada a ver com o Episode I. Isso até podia ter sido uma coisa positiva. Não é.

O que raio são Sith? Não sei, eles nunca explicam!
A tal transformação do Anakin Skywalker em Darth Vader? Não há, ele sempre foi um parvinho que simplesmente queima-se muito num vulcão quando o 3º filme estava a ficar sem tempo (eu usei o termo "parvinho" porque é mesmo o máximo que dá para dizer sobre esse "personagem").
Os Jedi? Estão sempre sentados a discutir disputas fronteiriças e problemas de impostos que nunca chegamos a perceber, nem nunca nos importamos.
O Jar Jar Binks? George Lucas teve a decência de retirá-lo quase completamente destes filmes...mas ele acaba por ser a única personagem com ALGUMA personalidade nestas prequelas (e a personalidade é: irritante).
A formação do império? Sei lá, eles parece que andam para lá a discutir essas merdas, mas por entre os maus actores, personagens mal escritas, diálogos constrangedores (no mau sentido), temas por abordar/mal explicados, fiquei sem perceber um caralho do que se passa para ali.


Basicamente temos cenas de acção que servem como uma luva para jogos de computador lançados pela...LucasArts e montes de bonequinhos que milhares ou milhões de maluquinhos que coleccionam essas merdas serão obrigados a comprar.


O pior casal de que tenho memória no cinema (ainda bem que o argumento dizia que eles se tinham que juntar, caso contrário não estou a ver como é que aqueles dois acabavam juntos).
Buracos de argumento...ó, buracos! Buracos, buracos e mais buracos. Ao ponto de criarem buracos na trilogia original (não estou a exagerar!).


As falas são do género "I wish i could just wish my feelings away". Ou esta: estão eles os dois acorrentados numa arena, há montes de monstros devoradores de carne humana e o que é que o Anakin diz? "I have a bad feeling about this". Ou então isto.

E claro que é severo da nossa parte partir-se do pressuposto que o enredo ocorre devido a uma determinada série de eventos que inevitavelmente nos leva ao conflito. Nada disso! Acontece tudo por duas razões: a primeira é porque toda a gente é pura e simplesmente estúpida. A segunda é porque...bem, porque está escrito no argumento.

Faço uma pergunta a quem acha que se lembra sequer dos filmes: quem são os vilões? Sem contar com o imperador (que teve aquele momento de "ups, queimei convenientemente a cara toda de um momento para o outro por nenhum motivo credível. parece que vou ficar com a cara como ela era na trilogia original), que outros vilões aparecem? O que fazem? Para que servem?

A trilogia original, embora responsável por alguns dos cromos mais geeks de que há memória, era uma história legítima, com um enredo, com personagens engraçadas que se cruzavam de forma interessante. Tinha tanto humor, aventura, acção, paixão, drama, e até incesto. O que é isto, Lucas?

estão a ver esta cara? é a cara de quem não sabe escrever argumentos!

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